Como a NASA explica em seu site, a escuridão em matéria escura vem do fato de que “não é na forma de estrelas e planetas que vemos”
No final do século 19, os astrônomos notaram regiões escuras em grupos de estrelas, de outra forma densos. Em 1904, num esforço para resolver o problema, Lord Kelvin descobriu que a massa estimada da Via Láctea Galáxia era inferior à sua massa observável, e atribuiu a diferença às estrelas que eram chamadas de “corpos escuros”. Em resposta a Kelvin em 1906, o físico francês Henri Poincaré argumentou que não havia nenhum “matière obscuro” especial, traduzido como (e o primeiro uso conhecido de) matéria escura, mas sim estrelas não detectadas e não emissoras de luz. O termo matéria escura estava em uso pelos cientistas como um termo inglês em 1922.
Como a astronomia e a astrofísica progrediram ao longo do século 20, as inconsistências sobre a forma como o universo era suposto funcionar começaram a somar-se. Por exemplo, estrelas nas regiões externas das galáxias espirais se moviam mais rápido do que deveriam, o que sugeria que essas galáxias tinham muito mais massa do que os cientistas tinham contabilizado. Os astrônomos Vera Rubin e Kent Ford, trabalhando nesse problema, sugeriram que isso poderia ser contabilizado pela matéria escura. Ao longo dos anos 80 e 90, a existência da matéria escura, por vezes caracterizada como fria e de movimento lento, foi gradualmente aceita por muitos cientistas à medida que outras evidências começaram a se acumular.
Mas a história da matéria escura está longe de ter terminado. Os cientistas não sabem exatamente em que consiste, mesmo que realmente exista na forma que o termo implica, e como defini-la, em primeiro lugar, tornando-a um dos principais problemas não resolvidos da física. Eles sabem, no entanto, que a matéria escura não é um buraco negro do tamanho de uma galáxia, porque seríamos capazes de detectar a luz de uma lente gravitacional (curvatura da luz de uma fonte mais distante), e que não é antimatéria, pois a antimatéria faz pequenas explosões ao contacto com a matéria. Também não é feita de nuvens escuras de matéria normal, chamada matéria bariónica, porque esta absorveria radiação e poderia ser detectada.
Algumas teorias sugerem uma ligação entre matéria escura e pequenos buracos negros, corpos densos como estrelas anãs castanhas, dimensões extra, ou mundos paralelos. Outras sugerem que é apenas um tipo de partícula de fraca interação que ainda não podemos detectar, enquanto outras ainda propuseram uma nova teoria da gravidade para explicar as questões que a matéria escura sugere.
Alguns cientistas estimam que a matéria escura compõe cerca de 27% do universo ao nosso redor. Embora isso não pareça muito, eles também acreditam que 68% é energia escura, uma forma desconhecida de energia (modelada no nome matéria escura) que está causando a expansão do Universo mais rapidamente do que esperamos. Se isso for verdade, significa que apenas cerca de 5% do universo é feito da matéria que entendemos como “matéria”