O sobreiro Whistler eleito “Árvore Europeia do Ano 2018”
O sobreiro de 234 anos ganhou o primeiro lugar no concurso “Árvore Europeia do Ano 2018” e está classificado como “Árvore de Interesse Público” desde 1988.
O nome Whistler vem do som originado pelos pássaros que pousam nos seus ramos.
Foi colhido mais de vinte vezes e dá mais cortiça num ano do que os outros sobreiros dão numa vida inteira. Em 1991, a sua colheita resultou em 1200 kg de cortiça com a qual foram feitas mais de 100 mil rolhas.
A cortiça provém da casca da árvore que, para além de ser 100% natural, é também biodegradável, renovável e reciclável.
A sua utilização é antiga e para provar a sua existência existem vários artefactos espalhados pela Europa; dos romanos e egípcios que utilizavam a cortiça para a pesca, calçado e ânforas onde levavam líquidos até à época medieval com monges que a utilizavam para cobrir as paredes dos seus quartos para se protegerem do frio no Inverno e do calor no Verão.
Durante os Descobrimentos Portugueses, foi utilizada nas caravelas e por grandes adegas que descobriram que o segredo para preservar os melhores vinhos era uma simples rolha de cortiça.
Hoje em dia, para além de ter várias utilizações, provou-se ser da maior importância não só para a economia portuguesa mas também para a biodiversidade como suporte do habitat de espécies como o lince ibérico ou a águia real e na luta contra as alterações climáticas.
Mais impressionante em todo este procedimento é que não se corta uma única árvore. A casca se renova pronta para a próxima colheita.
A extração da casca (cortiça) deve ser realizada por profissionais especializados de maio a agosto, quando a árvore está crescendo, facilitando assim a remoção sem ferir o tronco.
Cada sobreiro leva 25 anos para ser colhido pela primeira vez. Após a primeira extracção, este processo pode ser repetido cerca de 17 vezes, o que se traduz numa média de 200 anos.
As duas primeiras extracções resultam na chamada cortiça “virgem” e “secundária”, cujas propriedades são adequadas para isolamento, pavimentos e produtos para a construção, moda, design, saúde, produção de energia ou indústrias aeroespaciais.
É apenas após a terceira extracção (43 anos), com a chamada ‘amadia’, que a cortiça se torna mais suave em textura com propriedades adequadas para a produção de rolhas.
Portugal Premium Tours tem dois passeios focados neste material muito especial – a cortiça.
No passeio As Maravilhas de Sintra, pode visitar o Convento dos Capuchos, também conhecido como o “Convento da Cortiça”, fundado em 1560 e onde a cortiça é utilizada na protecção e decoração dos seus pequenos espaços.
No Alentejo e nas suas belezas terá a oportunidade de passar por lá e ver os sobreiros no seu habitat e visitar uma fábrica de cortiça onde compreenderá todo o processo da sua transformação em produtos finais, seguido de uma visita à fábrica.
Correntemente, o sobreiro ocupa 23% da área florestal do país, tornando Portugal o maior produtor de cortiça e responsável por cerca de 50% da transformação mundial.
Congratulações Whistler!