OUTCOME DEBRIDEMENTO, ANTIBIÓTICO E RETENÇÃO IMPLANTE (DIÁRIO) NA INFECÇÃO CONJUNTA PELA POLÍCIA EXPERIÊNCIA DE 18 ANOS

Desbridamento, antibióticos e retenção de implantes (DAIR) é uma opção cirúrgica no tratamento da infecção da articulação protética (ICP). Pensa-se que seja a mais adequada no tratamento da ICP no início (≤6 semanas pós-operação). A maioria dos estudos até a data relatando DAIRs na TIJ do quadril tem sido subestimada pelo relato de pequenas coortes (n= <45), ou relato de dados de registro com viés e limitações associadas. Em nossa unidade de referência, terciária, de infecção óssea, consideramos o DAIR como uma opção adequada em todos os casos de IJP com uma prótese fixa, com apresentação precoce ou tardia, especialmente em pacientes muito idosos ou doentes para se submeterem a grandes cirurgias.

Aim: Definir o resultado de 10 anos após o DAIR na IJP do quadril e identificar fatores que o influenciam.

Revisamos retrospectivamente todos os DAIRs realizados em nossa unidade entre 1997 e 2013 para a IJP do quadril. Foram incluídos apenas casos infectados confirmados por critérios histológicos e microbiológicos. Os dados registrados incluíram a demografia e história médica do paciente, tipo de cirurgia realizada (DAIR ou DAIR + troca de componentes modulares), organismo identificado e tipo/duração do tratamento antibiótico. As medidas de resultado incluíram complicações, taxa de mortalidade, sobrevivência do implante e resultado funcional.

121 DAIRs foram identificados com idade média de 71 anos (variação: 33-97). 67% seguiram um procedimento índice de 1° de artroplastia. 53% incluíram troca de componentes modulares. 60% dos DAIRs foram para IJP de início precoce. O estafilococo isolado estava presente em 50% dos casos e 25% apresentavam infecção polimicrobiana. No seguimento (média:7 anos, variação: 0,3 – 18), 83 pacientes estavam vivos; as taxas de mortalidade em 5 e 10 anos foram de 15% e 35%, respectivamente. 45% tiveram uma complicação (persistência da infecção: 27%, luxação: 10%) e 40% necessitaram de cirurgia adicional. Vinte quadris foram revistos até à data (17%). A realização de um DAIR e a não troca dos componentes modulares foi associada a um risco de quase 3× (razão de risco: 2,9) de falha subsequente do implante (p=0,04). A sobrevivência do implante em 10 anos foi de 80% (IC95%: 70 – 90%). Sobrevivência melhorada do implante de 10 anos foi associada ao DAIR realizado para a ICP precoce (85% Vs 68%, p=0,04). O resultado funcional será discutido.

DAIR é uma opção particularmente valiosa no tratamento da TIJ do quadril, especialmente no período pós-operatório precoce. Sempre que possível, a troca de implantes modulares deve ser realizada, porém os DAIRs estão associados ao aumento da morbidade mesmo no início da IJP. Fatores que predizem o sucesso do DAIR na TIJ tardia precisam ser identificados.

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