Visualização da festa! Vamos Todos Ver ‘Do the Right Thing’ Together!

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‘Do the Right Thing’ | Anatomy of a Scene

Spike Lee narra uma sequência do seu filme, que celebrou o seu 30º aniversário em 2019 com uma edição em Blu-ray digitalmente restaurada da Colecção Criterion.

Olá a todos. Este é Spike Lee, o produtor, escritor e diretor de ‘Do the Right Thing’. No passado mês de Junho foi o 30º aniversário deste filme. Eu sei que a coluna se chama ‘Anatomia de uma Cena’. Vou mudar o nome para “Anatomia de uma Cena”. Vou chamar a isto ‘Anatomia de um Assassinato’. O asfixiado da Rádio Raheem, interpretado pelo falecido e grande Bill Nunn, o meu irmão Morehouse… “(CANTANDO) Lute contra o poder. Lutar contra o poder. Nós temos de…” -foi baseado na morte de Michael Stewart. Setembro de 1983, Michael Stewart, um grafiteiro, ele é tão grande quanto eu. 11 A polícia de trânsito de Nova Iorque saltou-lhe em cima e estrangulou o nosso irmão até à morte. Foi aí que tive a ideia para o assassinato da Radio Raheem. E há cinco anos, Eric Garner morreu da mesma forma que a Rádio Raheem morreu num filme baseado na vida real do Michael Stewart. Tantas coisas neste filme que, apesar de ter sido escrito há 31 anos, ainda estão a acontecer hoje. Negros e pardos ainda estão sendo assassinados hoje pelas forças policiais em todos os Estados Unidos da América, e as pessoas que infligem esta morte andam livres não são demitidas, não são suspensas. O filme acontece um dia, o dia mais quente do verão, na República Popular do Brooklyn, Nova York. Por isso as tensões aumentaram durante todo o dia. E a razão pela qual parece ser assim porque o édito, o comando, para Ernest, o DP, Wynn Thomas, a produtora, Ruth Carter, a figurinista – eis o que eu lhes disse. Eu disse, olha, eu quero que as pessoas estejam a suar num teatro de ar condicionado quando virem este filme. E o que queríamos fazer era que depois de ele destruir o boombox, ficasse calmo como a calma antes de uma tempestade. Toda a gente gosta, o que se segue? Toda a gente sabe que vai ser mau. Toda a gente está a olhar à volta… Rádio Raheem. Quero dizer, isso foi pessoal. Foi como se ele tivesse sido derrotado com o taco de basebol porque você o viu o filme todo com o seu “Fight the Power” do Inimigo Público. Não tínhamos um coordenador de acrobacias muito bom e as pessoas magoaram-se. O filho do Danny Aiello, Danny Jr., era o duplo do pai dele, aqui mesmo. Este filme foi rodado num quarteirão em Bedford Stuyvesant. Esse quarteirão passou a chamar-se “Faça a coisa certa”, a única rua da história de Nova Iorque com o nome de um filme. Bem, temos de mostrar que, a número um, “A Famosa Pizzaria do Sal”, está na esquina do quarteirão directamente em frente à banca de frutas e legumes coreana. Então a briga se espalhou da pizzaria do Sal para a rua. Por isso tivemos de mostrar ao quarteirão a envolver-se. “Luta!” “Mookie!” Queríamos começar a descer e guindar para cima para que pudesses ver o quarteirão. “Matar-te! Nós vamos matar-te, Sal!” E isto torna-se um brouhaha. Ozzie, a tentar falar com algum bom senso, os anéis de ódio do amor que é uma homenagem à “Noite do Caçador”. Robert Mitchum tinha-os tatuados nos dedos. Agora vêm os polícias. Agora, já vimos estes dois polícias. Aquele é o Rick à esquerda. É o Rick Aiello, o filho do Danny. “Parem com isso! Parem com isso! Saiam de cima dele! Saiam de cima dele! Saiam de cima dele!” E Sandoval interpreta o outro polícia, Miguel Sandoval. Agora sabe se há uma luta, quem eles vão agarrar? “Vem para aqui!” Então esta é uma cena muito difícil de se filmar. E durante 31 anos, tem sido uma cena difícil de se ver. “Leva-o para baixo, meu.” “Raios partam, estás a matá-lo! Estás a matá-lo!” “Desiste, idiota! Desiste!” Este é o Michael Stewart asfixiado. E quando aquilo do Eric Garner aconteceu, pus o meu Instagram e Facebook com o meu editor, Barry Brown, e cortámos entre a Rádio Raheem e o Eric Garner. E é a mesma coisa. “Rádio Raheem!” “Rádio Raheem!” “Não!” E quando ele cai, deitamos a câmara na rua para ele cair na lente.

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