Factores de coagulação: Bioquímica clínica e seus papéis como enzimas plasmáticas

O objetivo desta revisão é descrever a estrutura e função das múltiplas proteínas do sistema de coagulação e seus domínios subcomponentes. Coagulação é o processo pelo qual o plasma sanguíneo líquido fluente é convertido em um gel viscoso e macio que prende os componentes celulares do sangue, incluindo glóbulos vermelhos e plaquetas, evitando assim a extravasação do sangue. Este processo é desencadeado pela proteólise mínima do fibrinogênio plasmático. Isto transforma este último em monómeros pegajosos de fibrina que se polimerizam em rede. A proteólise do fibrinogênio é uma função da enzima chamada trombina, semelhante à tripsina. A trombina, por sua vez, é activada por uma cascata de enzimas semelhantes à tripsina, a que chamamos factores de coagulação. Nesta revisão, examinamos a mecânica da cascata de coagulação com vista às relações estrutura-função das proteínas. Observamos também que dois dos fatores não têm domínio da tripsina como protease, mas são cofatores ou catalisadores essenciais para as proteases. Esta revisão não discute o papel principal das plaquetas, exceto para destacar sua função membranar em relação aos fatores. Os testes de coagulação são uma parte importante da patologia clínica diagnóstica de rotina. Os testes são realizados em amostras de indivíduos com sangramento ou com distúrbios trombóticos e nos que tomam medicamentos anticoagulantes. Examinamos os testes laboratoriais básicos de coagulação in vitro e revisamos a literatura comparando os processos in vitro e in vivo. Os testes clínicos in vitro utilizam tipicamente amostras de plasma e ativadores não-fisiológicos ou suprafisiológicos. Como a revisão foca a estrutura do fator de coagulação, uma breve visão geral das origens evolutivas do sistema de coagulação é incluída.

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